O Resgate Histórico

O RESGATE HISTÓRICO

A fundação da casa foi feita em 1935. Nossa família a adquiriu em 1936. O sr. Valter Hagler, pai da dra. Cássia, nasceu em uma de nossas salas em 1939. Desde lá, a casa de apenas um pavimento, já foi residência, já foi loja e tornou-se uma casa de “dois pavimentos e meio” abrigando uma clínica médica desde 1990. Tentamos resgatar o estilo clássico, para fazer jus ao fato de ser a casa mais antiga ainda existente do bairro Santo Antônio.

O Parquet Original

O PARQUET ORIGINAL

Antigamente – e agora está voltando – o piso de taco de “Parquet” utilizava madeiras maciças para criar mosaicos. Eram feitos, principalmente, em uma técnica de “barroteamento”, fixando pregos no verso da madeira que ficaria fixo ao contrapiso quando o mesmo secasse. Encontramos dois tipos de desenho em nossa casa. Resgatamos um deles e aplicamos na parede da recepção como forma de resgate histórico da década de 30, em consonância aos preceitos de restauração contemporâneos.  Infelizmente, por questão de segurança e facilidade de limpeza esperados em um estabelecimento de saúde, não pudemos manter o piso original onde estava.

O “Elefante-Branco”

As “CADEIRAS INDIANAS” e o “ELEFANTE-BRANCO”

Temos, já à entrada da clínica, um conjunto de cadeiras indianas que são verdadeiras obras de arte. Foram restauradas com pintura manual, em um trabalho de meses, resgatando o que já foram. Para torna-las mais confortáveis, colocamos o acolchoado próprio da clínica. Sinta-se a vontade para assentar nelas! Estão ali para serem utilizadas. A única ponderação é que são um pouco mais baixas que os assentos convencionais. Todo local deve ter um “elefante-branco” para chamar de seu. Perto de nossa fonte de água, temos três elefantes em um conjunto de aparador-espelho adquiridos do espólio do porto-alegrense L. Prestes, em que fizemos uma elegante pia. Um pouco pequeno para um “elefante-branco”, mas com muito significado histórico.

A Sibipiruna

A SIBIPIRUNA

Os povos indígenas no Brasil foram categorizados de acordo com a língua pelos portugueses em TUPIS (e.g., Tupinambás, Tupiniquins, Tamoios) e TAPUIAS (e.g., Aimorés, Goitacazes, Carijós). Como os tupis viviam no litoral, tiveram um contato mais precoce com os portugueses e muito de sua cultura foi preservada. Conta-se que os tapuias eram povos mais guerreiros e que, no Sudeste, concentravam cerca de nove tribos tapuias. Cada uma possuía uma árvore nativa sagrada, dentre elas a SIBIPIRUNA. Segundo a cultura popular, a Sibipiruna é capaz de afastar os maus espíritos e trazer sorte para quem a cultiva, associada à proteção e à prosperidade. Seu nome é de origem tupi e significa “da casca preta”, é a espécie de grande porte mais utilizada na arborização urbana de Belo Horizonte. Nosso exemplar nos acompanha desde a construção da casa, em 1935. Já encontramos sua raiz a mais de 10 metros de distância, quando fomos instalar a plataforma na clínica. Dependendo da época do ano, podemos encontra-la amareladamente florida ou “explodindo” – com seu barulho característico e inusitado – suas sementes leguminosas para longe.